sábado, 6 de agosto de 2011

O mundo gelado de Ribamar #Perfil


Longe de estar gelado, nas ruas fervilhantes do Calçadão era possível a sensação de uns 40°. Sob o calor dessa tarde abafada, por entre as pessoas, as coisas e os cães sarnentos, se observa a figura de um homem simples. Na singeleza dos movimentos que davam forma a sua tarefa diária, abria sem pressa o isopor cheio de sabores: cupuaçu, amendoim, morango, leite condensado e coco. Pouco lhe importava a quentura do clima junino ou o passar do tempo. Como instantes congelados, a vida parecia estar presa naquele único momento.
A exemplo de todos os ‘Ribamares’ Maranhão adentro, José de Ribamar Aguiar dos Santos, trazia consigo a sina de um sertanejo em busca do melhor. De um melhor trabalho ou de uma melhor esposa, mas acima de tudo, de um melhor futuro para os seus “meninos”.  Eles eram três: dois meninos e uma menina.
Na missão de fazer de seus “meninos” homens de largos horizontes, Ribamar, compartilha seus planos para o filho mais velho: “Agora mesmo coloquei ele no Teorema, pra fazer Cefet”, e completa: “ Eu quero a faculdade pra ele também”. Orgulhoso o pai comenta, “a média dele é só acima de 8”.
Sobre projetos pessoais, ri timidamente, quando indagado a voltar aos estudos. Tem a pretensão de quase nada. Não quer ser advogado, não quer fazer faculdade, no máximo cogita um concurso público para Prefeitura. Sem a vaidade daqueles que buscam o sucesso a todo custo, julga a si mesmo como um homem honesto, que requer apenas o direito de vender seus geladões nos dias de calor.
Mas frisa, “e tenho um ponto lá em casa. A gente, além disso aqui (geladão), vende picolé, sorvete e guaraná da Amazônia”. Talvez na intenção de não ser condenado, relata também a história bem sucedida de seus irmãos, que como ele, saíram de Fortaleza dos Nogueiros e foram para Imperatriz à procura de um emprego.
Fortaleza dos Nogueiras é um municio do interior do Maranhão, com cerca de 12 mil habitantes, que fica as 500 km de Imperatriz. Ribamar explica a falta de oportunidades na cidade e confessa “não agüentar” passar mais de dois dias por lá.
“Minha irmã veio morar pra cá e depois eu vim, e depois veio outros irmãos  meus”, relembra Ribamar, que há 11 anos mora em Imperatriz. 
A situação em Fortaleza dos Nogueiras não é fácil. Não se tem a diversidade de ambulantes que habitam todos os dias o Calçadão.“Trabalho só na roça, ou ficar em casa mesmo”, diz o vendedor.
Recém chegado em Imperatriz, morou por uns tempos na casa da irmã. Trabalhou, a princípio, como vigia e auxiliar de serviços gerais, na “escolinha particular” da família, no São José. Mas a escola fechou, a irmã trocou de “ramo” e Ribamar teve que empreender outro projeto. Então começou a vender geladão no Calçadão. Nos dois. Das 13:00 h às 16:00h fica em frente ao Paraíba. E das 16:00h em diante, passa para o 2° Calçadão, situado um pouco depois do Bazar Ipanema. E revela, “tem dia que vende 100, outros 150”.
Indignado, fala também da inveja do povo do Santa Rita - bairro onde mora - . Da fofoca, quando ele aparece com portões e janelas novas para sua casa.  Pela primeira vez transparece algo que não seja calma ou passividade. 
Ribamar construiu sua casa própria no bairro, através do dinheiro da venda do geladão. Mas apesar disso os “vizinhos fuxiqueiros” duvidam que se possa realmente ganhar dinheiro vendendo os galados.
Porém, sem desanimar com o eventual episódio, segue com as vendas. Tranqüilo e atencioso com os clientes, reponde baixinho, aos berros de um mais atrevido que pergunta: TEM DE QUE?
Ribamar, que há 6 anos vende geladão para os transeuntes do Calçadão, se despede com a mesma brandura na qual nos recebeu. Em posse de sua bicicleta, adaptada para comportar dois grandes isopores, segue pedalando rumo ao prazer de viver a sua escolha.

Estou de volta...

E aí, como você tem passado? Eu estou bem, e agora de volta.
Estive publicando periodicamente, mas com o tumulto do dia-a-dia cessei por um período a minha atividade neste blog. Mas voltei. Voltei porque acredito que compartilhar é chave para uma vida com mais significado.
Voltarei com textos 'jornalísticos', porém, além destes, publicarei textos de outra ordem.
Enfim, seja sempre bem vindo :)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Os ritos da nossa vida moderna

Na última quarta-feira (11 de maio) a Folha de São Paulo Online divulgou uma matéria a respeito de índios que estariam questionando rituais de passagem tendo em vista os seus conhecimentos sobre a ‘cidade’, via facebook.

Durante uma conversa com meus colegas jornalistas sobre o tema, aliás, coisa que adoramos conversar, me ocorreu, o seguinte: E os nossos ritos? Não seriam tão, ou até mesmo, mais bárbaros, do que esses, que os índios do Xingu estariam questionando?

Não quero entrar no mérito se estão certos, ou que a antropóloga citada na matéria está errada, ou ainda, que eles são, ou deixaram de ser índios porque entram na internet. Quero apenas dizer que nós temos os nossos próprios rituais de passagem, e que eles não perdoam absolutamente ninguém.

De acordo com a Enciclopédia Livre, vulgo, Wikipédia, ritual de passagem são celebrações que marcam a mudança de status de uma pessoa no seio de sua comunidade. Este termo, cunhado pela antropologia, tem sido utilizado comumente em relação aos rituais realizados em longínquas tribos: do Amazonas à Papua- Nova Guiné.

O engraçado é que nos colocamos muito superior a isso tudo. O jornalista da referida matéria frisa o teor perigoso do tal ritual, demonstrando como os jovens índios querem ser como nós. Mas te digo uma coisa: Eles deveriam ao menos pensar um pouco mais na decisão de querer ser iguais aos ‘brancos’. Quer vê só?

Vitão, papai e mamãe: UMA FAMÍLIA PERFEITAMENTE BRASILEIRA

Prestes a completar 18 anos, a mamãe pergunta: Meu filho, e a namoradinha, quando vou conhecê-la? E o papai complementa: Vitão vai ser advogado, como o paizão aqui! E aí meu filho, já se inscreveu no vestibular?

Após 2 meses ...  (Vitão agora tem 18 anos)

Papai: E quando vai ser a prova? Você está estudando, não é mesmo? Vitão: Não pai ... Papai: Não? Porque não? Eu não tô pagando pré-vestibular à toa não, hein? Vitão: Eu ainda estou em dúvida, estive pensando em fazer Publicidade ou Cinema em outro estado... Papai: Você é louco? Aonde você quer chegar com isso tudo? Você acha que dinheiro nasce de árvore, é?

3 meses se passaram...

Papai: Filhão, hoje é dia de prova, neh? Tô vendo aqui na TV. Vitão: É sim pai, mas não me inscrevi neste vestibular não. Tô em dúvida no curso que quero. Prefiro esperar mais um ano. Vou fazer mais testes vocacionais. Papai: Você pode até esperar, mas espera sentado. Eu é que não pago mais pré-vestibular. Se não quer estudar, arruma logo um emprego. Eu é que não sustendo marmanjo na minha casa, não. Na tua idade eu já era adulto. Tinha mulher e trabalhava! Vitão: É? ... Pode deixar, eu vou sair pra procurar emprego.

Mais 3 meses ...

Papai: Mais esse menino só dá desgosto mesmo. É só na frente do computador, dia e noite. O que tanto ele faz lá? E o trabalho que é bom, eu não tô vendo! Vitão: Pai, o que eu vou fazer? Não dão emprego pra qualquer um, não! Precisa de qualificação! Papai: Se você estivesse estudando Direito, emprego não te faltaria, mas ....

1 mês depois

Mamãe: Filho, tô te achando tão estranho. E a namoradinha? Você não tem, não? Tá na hora de chama - lá pra vir aqui em casa, almoçar com a gente! Vitão: MÃE, quem é a garota que vai me dá moral? Desempregado, sem dinheiro, sem carro, sem faculdade, sem beleza. Resumindo, eu sou um Zé ninguém :/

Se passam 5 meses

Vitão: Mããaae. Eu consegui ! Mamãe: Uma namorada? Vitão: Pow mãe, isso não, neh? Eu tô trabalhando na CEMAR. Fico no call center, meu turno é das 12:00h às 6:00h. Mamãe: Que horário é esse, filho?  Vitão: Pow mãe! É o que deu .... 

1 semana depois

(Pedrão está morto de cansaço. Infelizmente. Não conseguiu nem dialogar com o seu próprio pai) Papai: Que isso Victor? Mal começou a trabalhar e já ta nessa moleza? Ah, desse jeito eu desisto. Além de não querer estudar, também não quer trabalhar! Na minha época não era assim ....

6 meses se passaram ...

Vitão: PAAAI! Passei! Papai: Passou aonde? Tu foi ao Matheus pra tua mãe, foi? Vitão: Não pow! Passei no vestibular!  Papai : Filho, que coisa boa ! Pensei que fosse ficar nessa pasmaceira por mais 1 ano ! Qual curso, filho? Vitão: Pai, vou fazer História na UEMA!  Papai: História? Na UEMA? Mas tu quer vida mansa mesmo. Pensei que fosse um curso sério. Pelo amor de Deus, agora eu desisto de ti mesmo!

Pedrão animado grita pela mãe também: MÃAAAE ! Ele precisa lhe contar uma grande novidade: Conheci uma garota no dia da prova, ela é linda, independente. Tem um carrão, e ainda é muito, mas muito mesmo inteligente. Mamãe: Nossa, filho, quem é essa princesa? Vitão sorridente diz: É uma das professoras do curso! Mamãe não pôde responder a tempo. A decepção foi tanta que sofreu um forte ataque cardíaco. Neste momento se encontra no Hospital das Clínicas.

E ainda queremos falar dos índios. Os ritos de passagem da nossa sociedade são, ou não são cruéis?


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Análise do Discurso - Eni Orlandini - Caps 1 e 2 [ Resumo]


Olá leitor, por hora sem muita inspiração para escrever, nem tempo, deixo este post a respeito do tópico essencial da disciplina de Teoria do Discurso. É um resumo dos capítulos 1 e 2 do livro " Análise de Discurso" de Eni Orlandini. 

Provavelmente algum dia você poderá precisar disso, nem que seja para analisar o discurso do novo comercial  da Bombril, estreado por Dani Calabresa.

* Ok, o comercial não é tão novo assim :D

Aproveite ;)


Resumo dos capítulos 1 e 2 do livro “Análise de Discurso”.

Capítulo 1 - O Discurso

Existem muitas formas de estudo da linguagem, a saber: a língua enquanto sistema de signos, ou como sistema de regras formais - Lingüística - ou como norma de bem dizer, a exemplo da gramática. Portanto, devido a uma série de significados que a língua possui, estudiosos deram origem a um olhar diferenciado em relação à linguagem. Através do ponto de vista do discurso, a linguagem passou a ser observada a partir da Análise de Discurso. 

Análise de Discurso não se refere apenas a língua ou a gramática, mas se atem tão somente ao discurso. Por sua vez, discurso pode ser compreendido como prática da linguagem e prática social. No entanto, vale lembrar que a linguagem é a base do discurso. Desta forma, a concepção da Lingüística, proveniente dos estudos de Ferdinand Saussure se torna necessária à compreensão.

Podemos ainda assinalar que a Análise de Discurso, surge a partir da confluência de três regiões do conhecimento: Psicanálise, Lingüística, já citada, e Marxismo. A análise de discurso considera a historicidade, esquecida pela Lingüística; trabalha a ideologia pela Psicanálise, como algo relacionado ao inconsciente, sem que este o absorva; e questiona o Materialismo Histórico, no que diz respeito ao resgate do simbólico.
Em linhas gerais, a AD se trata de um novo recorte ao que se refere à língua e discurso. Não existe discurso distanciado da Lingüística, ao passo que a Lingüística, sobretudo no aspecto da língua, não é fechada em si mesma. Antes, porém, é condição de possibilidade do discurso.

Capítulo 2 - Sujeito, História, Linguagem

Um texto pode ser observado de acordo com três níveis de entendimento: inteligibilidade ( sentido literal), interpretação ( hermenêutica) e compreensão (sentido atribuído ao sistema simbólico). Este é o modo de entendimento referente à Análise de Discurso.

Análise de Discurso tem como finalidade compreender a forma na qual um objeto simbólico produz sentido, como se dá a sua significância para e por sujeitos. Tendo em vista esta finalidade, produzem-se novas práticas de leitura a partir dos gestos de interpretação relacionados ao sujeito e sentido, contidos no texto.
Antes que passemos aos gestos de interpretação referentes ao texto, se torna essencial ter a compreensão que as relações textuais são reflexos das relações sociais.

Condições de Produção e Interdiscurso

Condições de produção equivalem-se aos sujeitos e a situação. O interdiscurso, por sua vez, se refere à memória.
O contexto sócio-histórico e ideológico atrelado ao conjunto de formulações feitas e já esquecidas determina o sujeito. Todo dizer se encontra na confluência do que já foi dito, como que está se dizendo.  As palavras ditas hoje, já foram ditas outras vezes, a diferença está na resignificação. Portanto o esquecimento é parte da constituição dos sujeitos e dos sentidos.

Paráfrase e Polissemia

O funcionamento da língua funciona na tensão entre processos parafrásticos e processos polissêmicos. A paráfrase corresponde à produção de diferentes formulações do mesmo dizer ao passo que a polissemia (vários significados, diversos sentidos) é a ruptura do processo de significação. Todo discurso se faz na relação entre o mesmo e o diferente. É importante ressaltar que o discurso é polissêmico porque ele é formado por partes de outros discursos ( interdiscursividade e intertextualidade). A ideologia, que é o processo que faz com que o sujeito ao significar, se signifique, perpassa as relações de sentido entre o discurso e os sujeitos.

Relações de Força, Relações de Sentidos, Antecipação: Formações Imaginárias

As condições de produção do discurso funcionam de acordo com alguns fatores, a saber: relações de sentido, antecipação, relações de força e formação imaginária.
Relações de sentidos quer dizer que nenhum discurso existe sozinho. O discurso se relaciona com outros, e destas relações se originam os sentidos. Por outro lado, segundo a antecipação, um sujeito tem a capacidade de colocar-se no lugar em que seu interlocutor “ouça” suas palavras. O sujeito dirá de uma forma, ou de outra, segundo as expectativas, no que diz respeito, ao efeito que pensa estar produzindo em seu ouvinte.
E temos ainda a relação de forças, que corresponde ao lugar no qual o sujeito está falando. As relações de força são sustentadas no poder dos diferentes lugares existentes na sociedade. Por fim temos as imagens, que constituem as diferentes posições. Isto se dá a partir do momento que o discurso não é considerado empiricamente, mas sim, enquanto posição discursiva constituída pelas formações imaginárias.

Formação Discursiva

O sentido não existe em si mesmo, ele é determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo sócio-histórico em que as palavras são produzidas. A partir disto iremos definir o conceito de formação discursiva, pois através dela podemos compreender o processo de produção dos sentidos, e a sua relação com a ideologia.

Formação discursiva pode ser considerada como o que determina o que pode e deve ser dito. Por meio de uma posição dada em um conjunto sócio-histórico dado, a formação discursiva pode ser analisada.

Ideologia e Sujeito

Na Análise de Discurso se tem a resignificação da ideologia, tendo em vista a linguagem. Sendo assim, considera-se a definição discursiva da ideologia.
Não há sentido sem interpretação, e este já é um fato que atesta a presença da Ideologia. A ideologia pode ser vista como a condição para que a constituição do sujeito e dos sentidos produza o dizer.

O Sujeito e sua Forma Histórica

Assujeitamento é a capacidade de liberdade sem limites e de uma submissão se falhas, é dizer tudo contanto que se submeta à língua, para sabê-la. A forma-sujeito histórico corresponde à sociedade atual, onde existe a contradição do sujeito livre e submisso, ao mesmo tempo.
O assujeitamento se faz de modo a que o discurso apareça como instrumento do pensamento em reflexo da realidade.

Incompletude: Movimento, Deslocamento e Ruptura

A condição da linguagem é a incompletude. Nem sentidos, nem sujeitos estão completos. O processo de significação é aberto, ele se constitui por meio da falta, do movimento. A falta também é o lugar do possível.
Como já foi citado anteriormente, o interdiscurso (memória discursiva) sustenta o dizer em uma estratificação e constrói uma história de sentidos.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Carta Aberta à Sociedade Imperatrizense ( Crise da Saúde Mental em Imperatriz)

CARTA ABERTA À SOCIEDADE IMPERATRIZENSE
                                                                                                                 Imperatriz,04 de maio de 2011

Neste momento, a Saúde Mental de Imperatriz vive uma situação de desrespeito aos direitos dos usuários atendidos nos serviços da rede municipal. O Centro de Atenção Psicossocial ( CAPS) Renascer, que atende a pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, fechou as portas, parcialmente. Agora funciona apenas com consultas psiquiátricas e psicológicas, em regime ambulatorial.

Essa atitude prova a desassistência dos usuários, que eram atendidos em regime diário e intensivo, o que afeta a integralidade dos tratamentos dos pacientes e a capacidade de reinserção deles na sociedade. 

O fechamento parcial do CAPS Renascer foi a última ação de um processo. Antes, foram efetivadas substituições e demissões de profissionais, bem como cortado o fornecimento regular de materiais necessários para o desenvolvimento das atividades terapêuticas.

Além da situação do CAPS II, convém registrar que o CAPSij ( Infanto Juvenil) e o CAPSad ( Álccol e drogas_ vêm diminuindo seus atendimentos e sofrendo com a mesma falta de investimento.

Essa situação de precariedade também afeta o Núcleo de Assistência Integrada à Saúde de Imperatriz ( NAISI), serviço de urgência e emergência que trabalha com internações psiquiátricas. No momento, o funcionamento se dá de forma precária, por exemplo: não são ofertadas todas as refeições necessárias para uma boa alimentação; não são desenvolvidas terapêuticas complementares ao cuidado dos pacientes em razão da escassez e, em alguns casos, falta de material para realização de oficinas; não há condições higiênicas adequadas, tanto da instituição em si quanto dos pacientes internados, o que se torna inconcebível, em se tratando de uma instituição de saúde pública. 

A situação apresentada contraria o que determina a atual política de saúde mental e ainda a Reforma Psiquiátrica Brasileira, um movimento político-social de trabalhadores, gestores, professores, estudantes, e principalmente,  de usuários e familiares dos serviços de saúde mental. Esse movimento luta contra o modelo asilar de tratamento (manicomial), com o objetivo de implantar sistemas e serviços que respeitem os direitos humanos e os princípios do SUS, atendendo aos usuários em regime aberto  e em liberdade. Isso porque, "Todos nascemos livres e somos iguais em dignidade e direitos. Todos temos direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal e social. Todos temos direito `a saúde e assistência médica e hospitalar. Todos somos iguais perante a lei", como assegura a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O Sistema Único de Saúde ( SUS) deve garantir o direito à saúde, consagrado na Constituição Federal de 1988, considera a Constituição-Cidadã: " a saúde é direito de todos e dever do Estado". Para isso, o SUS deve garantir que o atendimento seja universal, integral e equânime. Universal porque deve atender a todos, sem distinção, de acordo com suas necessidades. Integral, pois a saúde da pessoa não pode ser dividida e deve ser tratada como um todo, sempre respeitando a dignidade humana. Equânime, pois deve oferecer os recursos de saúde de acordo com as necessidades da cada um, dar mais para quem mais precisa.

Na atualidade, o que se tem observado é um flagrante desrespeito aos direitos humanos e aos direitos dos usuários dos serviços de saúde mental, preconizados pelos SUS. Os usuários estão desassistidos, sem o direito à universalidade, eqüidade e integralidade, pois há serviços funcionando parcialmente e em precárias condições, tanto físicas quanto assistenciais. É preciso romper a distância entre direito garantido e direito vivido, entre o SUS legal ( da legislação) e o SUS real ( da realidade).

Em 2001, comemoram-se 62 anos de Declaração Universal dos Direitos Humanos; 23 anos de SUS; 10 anos da Política de Saúde Mental ... E no próximo dia 18 de maio, é o dia Nacional da Luta Antimanicomial. E em Imperatriz? Como esse dia vai ser comemorado? Fechando parcialmente os serviços do CAPS II? Permitindo o retorno ao modelo asilar (manicomial) de intervenção dos usuários?? Quantos usuários do CAPS de Imperatriz estão internados no NAISI?? Quantos usuários estão desassistidos, na rua, em casa?? Quais as consequências do fechamento parcial do CAPS II e da falta de investimento nos serviços de saúde mental??

A luta pela defesa de um modelo assistencial psicossocial, que substitua, de fato, o modelo manicomial e garanta os direitos das pessoas com transtornos mentais deve ser um compromisso de toda a sociedade. Todos estamos passíveis ao sofrimento psíquico. Garantir à assistência psíquica é garantir o direito à vida.


Alunos e professora da disciplina Enfermagem em Saúde Mental da Univesidade do Maranhão - Campus Imperatriz 

terça-feira, 26 de abril de 2011

Bar improvisa cinema alternativo em Imperatriz


* Esta matéria foi publicada no site Imperatriz Notícias




CineBoteco do Frei é uma opção de cinema para público alternativo em Imperatriz

Que tal assistir a um filme de cinema num espaço alternativo, com direito a garçons e um cardápio que está longe da tradicional pipoca? Essa é a proposta do CineBoteco do Frei, um projeto que prevê a improvisação de um cinema voltado para a cena regional no espaço do bar, na cidade.

“Tivemos sempre a ideia de exibir produções locais e regionais, além de vídeos pouco conhecidos pelo público” , um dos colaboradores do projeto, o jornalista Antônio Fabrício.

Todas as terças-feiras, a partir das 20 horas, os apreciadores da sétima arte têm um encontro marcado no Bar e Espaço Cultural Boteco do Frei, onde funciona o cineclube. Localizado na segunda subida da Beira Rio, sentido rua XV de Novembro – local da extinta boate Usina –, o Boteco do Frei exibe filmes gratuitamente.

Para conferir a programação basta acessar a página do Bar no facebook: www.facebook.com/ botecodofrei. Lá é possível encontrar informações a respeito do filme que será exibido pelo cineclube a cada semana.“A expectativa é que o cinema em Imperatriz ganhe cada vez mais espaço e destaque, seja com a criação dos cineclubes, abertura de salas de cinema e com a própria produção local”, ressalta Fabrício.

Atualmente Imperatriz conta com quatro locais de exibição de filmes: Uma sala de cinema e três cineclubes: Cinema no Teatro, Cine Muiraquitã e, agora, o CineBoteco do Frei. Estes três últimos são espaços que dialogam a partir de uma mesma perspectiva: proporcionar ao público imperatrizense filmes que fogem do circuito mercadológico, valorizando produções alternativas.

Ao falar sobre os cineclubes da cidade, Marina Cardoso, universitária e cineclubista, não hesita. “Só há um cinema em Imperatriz e às vezes filmes muito bons não são exibidos e há uma dificuldade de bons filmes nas locadoras, por isso acho que os cineclubes de Imperatriz são tão importantes”, diz. E recomenda: “Filmes de qualidade que não passam na TV são exibidos de graça pra qualquer pessoa que se interesse”.

* Notícia produzida para a disciplina de Gêneros Jornalísticos 

2º Noite Cultural - IV Simpósio de Comunicação da Região Tocantina ( UFMA)

Se você estava neste dia, esse vídeo é pra você ! Se não estava, ele é também.

Durante o IV Simpósio de Comunicação da Região Tocantina ( 2010), realizado pelo curso de Comunicação Social - Jornalismo da UFMA, rolou a noite as culturais, espaço de entretenimento e integração, para os alunos, professores, e demais participantes do evento. E para relembrar este Simpósio, que na ocasião, comemorava os 4 anos da existência da graduação de Comunicação Social - Jornalismo, segue este vídeo, da minha apresentação na 2ª noite cultural do Simpósio.

Música : Tive Razão - Seu Jorge

Aproveite :)

terça-feira, 19 de abril de 2011

5 frases que irão levantar a sua moral jornalística

Os dias de hoje não tem sido fáceis. Literalmente 'pagando pela língua', gostaria de expor aqui o meu elogio aos corajosos jornalistas, formados, ou não, que fazem jornalismo em Imperatriz. Depois de algumas longas buscas pela web, afim de encontrar dados estatísticos sobre determinados assuntos, cheguei a conclusão que eu me sentiria honrada em auxiliar, por exemplo, a  prefeitura na atualização destes dados, dentre outros serviços. 
E depois de também não encontrar quase nada publicado na internet a respeito de alguns temas, me sinto na quase obrigação de postar notícias, mesmo que fraquinhas, reportagens, vídeo e áudio feitos por mim, e por meus colegas, que possam servir de ajuda aos próximos aspirantes a foca, da UFMA. Não só a eles, mas a todos que tenham recorrido ao grande oráculo - GOOGLE -  na busca de informações sobre a famigerada Imperatriz do Maranhão. 


E para os colegas entristecidos e abatidos, pela falta de dados, ou pautas, ou ainda contatos, deixo estas frases motivacionais:


1 - Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco. Edmund Burke        (Valeu jornais locais, apesar do pouco, tem sido muito importante para nós)


2 - Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento. Albert Einsten ( Décio, eu não sabia que Aécio Neves era pançudo, cabeludo, e ainda reagia sorrindo à batida dos policiais. Veja esta foto de Aécio Neves !


3 -  Prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio da ditadura. Dilma Roussef ( Mesmo que este barulho seja um tecnobrega, em terra de mudo, quem faz barulho é rei ) 


4 - Uma vida gasta cometendo erros não é mais honrada, mas é mais útil do que um vida gasta fazendo nada. George Bernard Shaw   ( Sem comentários .... ) 


5 - Nem as grades de uma prisão conseguirão destruir nossos sonhos. " Nelson Mandel ( Dia 32 de fevereiro acontece em Imperatriz o maior encontro de Cosplays da Região Tocantina ) ( Piada Interna) 

quarta-feira, 13 de abril de 2011

14 Dicas que vão te ajudar a não ser como o jornalista que entrevistou Rodrigo Amarante

Hei, você mesmo, seu aspirante a foca, preste atenção. Não seja como o desinformado jornalista que entrevistou Rodrigo Amarante ( Los Hermanos ) na base do "achismo". Lembre-se: o Jornalista não sabe de nada, porém conhece aquele que sabe das coisas! 

" A entrevista é o procedimento clássico de apuração de informações em Jornalismo. É uma um expansão da consulta, objetivando geralmente, a coleta de interpretações e a reconstituição de fatos" (Nilson Lage)

Vamos as dicas:

1 - Pergunte primeiro se pode ...
2 - Esteja informado sobre o entrevistado
3 - Faça um roteiro
4 - Teste o gravador
5 - Na dúvida, senhor ou senhora
6 - Ouça de verdade, preste atenção nas respostas
7 - Não disputa com o entrevistado
8 - Não roube a ideia de ninguém
9 - Reconheça o limite
10 - Não confie na memória
11 - Não invente ninguém
12 - Tenha paixão, aprender a gostar do diálogo, de conversar com o outro
13 - Pergunte por último
14 - Solte o fio, se permita ir além do programado no roteiro.








* Os créditos deste post vão para as aulas de Técnicas de Reportagem. 

terça-feira, 12 de abril de 2011

Estudo Comparado de Imagens Fotojornalísticas

Olá!

Caro leitor, este post se refere a um trabalho bem interessante, sobre análise de Imagens FotoJornalísticas.
Este foi um exercício proposto pelo professor durante a disciplina de Teoria da Imagem.
Peço encarecidamente, que os colegas, que por ventura tenham que fazer este mesmo trabalho, não copiem o que aqui está. O meu objetivo é compartilhar o conhecimento, incentivando todos a fazerem o melhor por suas vidas acadêmicas.

Aproveite :)


UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO
TEORIA DA IMAGEM
PROF. M*
 
ESTUDO COMPARADO ( Imagem 1)
• Jornal/Revista: O Globo Online

Título: Polícia apreende 49 granadas no Complexo do Alemão

• Legenda da fotografia: Policiais revistam quem entra e sai do Complexo do Alemão pela manhã
• Data da publicação: 30/11/2010

ESTUDO COMPARADO ( Imagem 2)
Jornal/Revista: Jornal do Brasil Online
• Título: Faltou inteligência?
• Legenda da fotografia: Veículo é consumido pelas chmas na Avenida Paulo de Frontin, no Rio Comprido.
• Data da publicação: 30/11/2010

Análise das Imagens
A primeira imagem tem o seu foco voltado ao elemento humano. É uma imagem que retrata o ser humano em seu meio, neste caso, o Complexo do Alemão.  O enquadramento feito pelo fotógrafo tende ao mesmo ângulo que está localizado os elementos da imagem, a saber: três policiais e duas pessoas que estão sendo revistadas por eles. Outro ponto a ser percebido é a valorização de um destes três policiais , localizado ao centro, e revistando a bolsa de uma das pessoas envolvidas nesta cena, uma mulher. 
Ao fundo da imagem é possível perceber o “vai-vem” das pessoas pelo morro, mas de uma forma não nítida. É importante ressaltar que a referida foto está no formato de um retângulo horizontal. Tendo em vista que esta orientação favorece o conjunto de pessoas , o fotógrafo tentou captar este conjunto humano : os policias e as pessoas da comunidade.
Nesta imagem existe a predominância de linhas retas e verticais, ocasionando uma espécie de hierarquia observada na composição dos elementos da cena. É possível perceber que estas linhas retas e verticais valorizam os policiais , os colocando um pouco acima das pessoas. Sem dúvidas esta é uma maneira de expor a força dos policiais, enquanto protetores das pessoas da comunidade .
Outro aspecto que iremos abordar é a orientação do movimento das figuras. O elemento principal da imagem está voltado para direita, neste sentido, compreendemos que a imagem está direcionada da esquerda pra direita.  Este movimento diz respeito ao conceito de progresso para o homem ocidental. Desta forma, mais uma vez podemos considerar a valorização da imagem do policial , transparecendo a idéia que esta ação é uma melhoria para sociedade.
E nos voltando agora para as cores predominantes, observamos o destaque para cor verde musgo contrastado com cores na escala do cinza, que fica ao fundo dos elementos principais do enquadramento. O cinza, representativo da idéia de isolamento tem a função de voltar os olhares para o elemento humano presente na cena, enquanto o verde musgo fixa o conceito do policial em meio a favela. O verde musgo, cor representativa do uniforme do exército, nos remete a simbologia de força, proteção, e por fim, guerra. 
A seguir iremos descrever os aspectos envolvidos na composição da segunda imagem.
A segunda imagem retrata a cena de um carro incendiado, localizado no meio de uma Avenida, no caso, a Avenida Paulo de Frontin. O foco desta fotografia é o próprio carro, que se constitui elemento principal, localizado ao centro do enquadramento. Esta é uma imagem muito forte, devido às cores predominantes. A cor vermelha e laranja abrangem todo o corpo da imagem, demonstrando as idéias de fogo,calor, agressividade, violência, intensidade. De certo esta composição de cores está intimamente relacionada com a idéia que a foto em si quis passar: o incêndio de carros é uma ação que beira o caos.
Outro aspecto que poderíamos ressaltar da referida fotografia é o ponto de vista do fotógrafo em relação ao instante capturado. Percebemos um leve contra-mergulho, pois se pode notar que o chão em relação ao carro está em perspectiva, transmitindo a noção de profundidade. Desta forma, este enquadramento escolhido pelo fotógrafo valoriza o carro, proporcionado dimensões superiores em relação aos outros elementos da cena . Pois, apesar do carro ser o elemento em destaque, a abertura do plano médio, presente na imagem, nos permite identificar o meio em que a cena foi registrada. Podemos observar a rua, pessoas à direita, postes de luz. Sendo assim, identificamos o contexto no qual este momento foi fotografado. 
Ao observarmos a linhas predominantes, temos a certeza que as linhas retas permeiam todo o corpo da imagem, mas são retas verticais , horizontais, e oblíquas. Ao fundo estão localizadas as retas verticais, ao lado, em perspectiva estão as retas oblíquas, e na base da foto estão as retas horizontais. Esta composição de retas demonstra um ambiente desorganizado. E nos remetendo novamente ao elemento principal, o carro, observamos que a sua orientação parte da direita para esquerda, nos permitindo a idéia de retrocesso, atraso. Mais uma vez, os aspectos denotativos da imagem nos direcionam a um significado conotativo, neste caso, a idéia expressa de que a foto, juntamente, com a matéria, critica a situação descontrolada vivida pela cidade do Rio de Janeiro.
Neste sentido passemos a comparação das duas imagens descritas acima.
Um primeiro aspecto a ser abordado seria e escolha do elemento principal das imagens. Enquanto a imagem 1 volta o seu olhar para o elemento humano e constrói a sua rede de significados a partir dela, a imagem 2 centra o seu foco no elemento carro. Desta forma, concluímos que as intenções das duas fotografias são totalmente diferentes. Ao passo que a imagem 1 nos permite a idéia da supremacia de policiais, na figura de protetores e defensores da favela, a imagem 2 revela a crítica ao caos vivido pelo Rio de Janeiro, por parte do desleixo da Secretária de Segurança que permitiu que a situação de guerra de estabelecesse na cidade.
Ainda centrados no foco das respectivas fotografias, na primeira imagem, os elementos da cena se orientam da esquerda da direita, transmitindo a idéia de avanço, de evolução, remontado o conceito de que os policiais presentes na favela são como heróis na luta contra o tráfico de drogas. Já a segunda imagem o carro está disposto da direita para a esquerda, revelando a crítica ao caos no Rio, a insuficiência de ação da Secretaria Estadual de Segurança, que de alguma forma permitiu a guerra de policiais versus traficantes.
Agora, voltando os olhares para as cores predominantes, observa-se claramente a intenção da primeira imagem em dá o recado de que “está tudo sob controle” . As cores que vão do cinza ao verde musgo demonstram sobriedade, seriedade, até mesmo naturalidade. Como se a situação estivesse organizada, em segurança total. Enquanto a segunda imagem, reforça a idéia de descontrole, desespero, caos, desordem, através da intensa cor vermelha, que permeia todo o corpo da fotografia.
Deste modo, observamos o nítido contraste de intenções presentes nas respectivas imagens. Isto deve-se a diferença das linhas editorias do veículos analisados.
A primeira imagem foi retirada do O Globo online, jornal do Rio de Janeiro, e pertencente ao grupo Globo.
Sabemos que a Rede Globo de Televisão e todos os seus produtos midiáticos assumiram uma postura a favor da guerra contra o tráfico, enaltecendo a ações da Secretária Estadual de Segurança do Rio de Janeiro no combate contra o crime organizado. Esta posição disseminada nos telejornais, jornais impressos e online, revistas de opinião reforçam diariamente a figura do poder público como o grande herói da guerra contra o tráfico.  Conforme esta idéia é valorizada por boa parte dos noticiosos, a proposta das UPPs é fortalecida e ganha reconhecimento da população. O governo do Estado do Rio se fixa como grande gestor e defensor da paz na cidade do Rio de Janeiro.
Em contrapartida a segunda imagem foi retirada do Jornal do Brasil, atualmente disponível apenas no formato digital, que aborda a guerra do Rio de Janeiro de uma forma totalmente diferenciada.
É sabido que o Jornal do Brasil desde o seu surgimento traz em si o caráter da crítica, levantando questionamentos interessantes para compreensão dos fatos em destaque nos demais meios de comunicação. E neste caso não foi diferente. Adotando uma postura crítica, o Jornal do Brasil tem levado à tona o outro lado da história a respeito da guerra ao tráfico, questionando o poder público sobre as medidas preventivas que poderiam ser tomadas para que o caos não viesse a ser realidade na cidade do Rio de Janeiro.
A imagem 2 refere-se a uma notícia que questiona o fato de que os incêndios de carros seriam indícios da ineficiência da Secretária de Segurança, e não somente sinais de protestos dos traficantes.
Enfim, podemos perceber o quanto uma imagem pode revelar aspectos importantes para interpretação do contexto em que a notícia foi retirada, e de qual enfoque está notícia está nos direcionando. O conjunto notícia, título, legenda da foto e a própria conota uma série de significados e particularidades que demonstram a postura assumida pela linha editorial do meio de comunicação em questão. Logo, a análise e a observação se tornam imprescindíveis para se obter uma boa compreensão da mensagem veiculada.



sexta-feira, 8 de abril de 2011

A mídia e os atentados de 11 de Setembro [ Relatório Documentário Fahrenheit 11 de Setembro]

Olá,

Este texto foi escrito após uma aula de Comunicação e Realidade Brasileira, onde discutíamos o papel da mídia no evento dos Ataques Terroristas de 11 de Setembro.

É preciso deixar claro que este texto refere-se ao meu olhar a respeito do mencionado fato. 

Aproveite :)


A mídia e os atentados de 11 de Setembro

O documentário Fahrenheit 11 de Setembro critica o governo Bush, ao revelar dados , anteriormente obscurecidos, sobre os atentados de 11 de setembro. Todo desenrolar da história se inicia com a revelação de fraudes que levaram George W. Bush ao poder. A forma na qual o presidente se elegeu demonstrava uma  pequena prévia do que seria o seu governo.

Com a popularidade em baixa entre os norte americanos, uma imagem de descompromisso se vinculava ao presidente, que preferiu sair de férias a maior parte do tempo, durante seus nove primeiros meses de mandato.

Porém um fato seria decisivo para que o seu prestigio viesse ocupar o imaginário popular estadunidense . Os ataques terroristas de 11 de setembro, reinventaram a figura de Bush , o transformando no presidente que combateu a favor da paz: “guerra contra o terror”.

Além de o documentário expor as relações comerciais entre os EUA e Osama Bin Laden, onde os atentados de 11 de setembro se tornaram fator importante para o fortalecimento indústria bélica, se desmistificou toda a questão da guerra contra o Iraque.

É neste ponto onde se torna claro a postura da mídia, como aliada ao governo Bush, reprodutora de um discurso determinante para o medo e tensão da sociedade norte americana.

Desde o início a presença massiva da mídia, gerou uma espécie de justificativa à guerra do Iraque, ao reforçar a ideia dos atentados de 11 de setembro como o maior atentado de todos os tempos. Posteriormente esta mesma mídia deu suporte a um discurso inflamado, que deu ao presidente Bush, um ar de mártir, líder preocupado com a segurança de sua nação.

Vale lembrar também de toda campanha publicitária criada em torno do alistamento militar, transformando a convocação pra guerra em algo honroso, além de possibilitar a melhora de vida, e um futuro promissor.

Portanto, diante de alguns fatos demonstrados no referido documentário, se pode observar a intima relação entre mídia e política. Pois em nenhum momento a mídia tradicional se opôs ao discurso produzido pelo presidente e seus partidários. Pelo contrário, ao passo que a guerra seguia, emissoras de tevê e jornais impressos endossavam a esfera de medo, a defesa do EUA, enfim, a “guerra contra o terror”.

Ao trazer esta análise para o âmbito acadêmico, surgi o questionamento que se faz constante nos estudos em comunicação. Até que ponto a mídia é capaz de criar a realidade? Tendo em vista a apropriação de fatos reais, neste caso, os ataques terroristas, a mídia se torna principal veículo de divulgação, conseqüentemente consolidação de um ideal vindo, infelizmente, daqueles que detém o poder.

Sendo assim, os ataques dos 11 de setembro não alcançariam a dimensão que recebeu. Este episódio não geraria tantos estereótipos, como por exemplo, o do mulçumano terrorista, muito menos causaria tantas mortes inocentes, por conta de uma realidade ficcionada, amplamente anunciada. 

quarta-feira, 30 de março de 2011

Marina Silva alcança quase 20% dos votos válidos nas Eleições 2010 [ Pauta Jornalística]


Bom, nesta pauta surgiu a ideia de montar este Blog Acadêmico para você !

Ao vasculhar o Google em busca de um modelo de pauta, não encontrei nada que me servisse de verdade. Então passei pra frente do PC e segui este modelo abaixo, passado pela professora da disciplina de Redação Jornalística, na qual tive que entregar este exercício da pauta. 

Então, talvez não seja a melhor pauta, e com certeza não é.  Foi a minha 1ª, mas poderá te auxiliar. 

Em breve postarei mais pautas, notícias e reportagens. Aguardem !

Agora, aproveite !


Pauta Jornalística

Editoria: Política

Assunto: Marina Silva alcança quase 20% dos votos válidos nas Eleições 2010.

Dados Principais

O quê? Desempenho da candidata Marina Silva além do previsto pelas pesquisas de opinião
Quem? Marina Silva
Quando? 03 de outubro - Eleições 2010
Onde? Território Brasileiro
Como? Através de uma campanha centrada em questões ambientais e morais
Porque? Este é um assunto relevante ao eleitorado brasileiro, sobretudo àqueles que votaram na candidata Marina Silva. O expressivo percentual de votação obtido por Marina Silva demonstra o quanto pesquisas de opinião indicam apenas uma previsão da realidade.

Contextualização
Marina Silva é candidata a presidência pelo Partido Verde (PV). E pela primeira vez concorre a um cargo de tamanha importância.
Ao levantar a bandeira da sustentabilidade, a candidata, desde o início de sua aparição nas eleições 2010, aparece como fraca concorrente na corrida presidencial. Mas chegando a reta final de sua campanha, questões de cunho ético-moral, levaram a ambientalista à conquista de segmentos sociais bem variados, a saber: universitários, intelectuais e religiosos de classe média baixa.
Sendo assim, Marina Silva chega ao fim das eleições (1º turno) com o alcance de quase 20% dos votos válidos, contrariando as previsões feitas pelas pesquisas de opinião.

Enfoque
ü  Demonstrar a expressão do percentual alcançado pela candidata Marina Silva, se comparado com as intenções de votos , disponibilizadas pelas pesquisas de opinião.


Objetivos
ü  A matéria pretende demonstrar a força política da candidata Marina Silva, mesmo em face de previsões que indicavam seu fraco desempenho na corrida presidencial.
ü  Explicitar o surgimento de um eleitorado interessado em novas formas de pensar o fazer político no Brasil.
ü  Atender o interesse desse novo eleitorado
ü  Desmistificar a visão de que apenas candidatos ligados a partidos tradicionais da política brasileira possuem grande poder de influência e alcance.

Fontes
ü     IBOPE, TSE.
ü  Cientista Político. Entrevistar o Prof. Carlos Alberto Claudino Silva, mais conhecido como Claudino. O professor leciona na UFMA – Imperatriz, e poderá ser encontrado nos turnos da manhã e tarde. Email para contato: caclaudino@hotmail.com
Ao entrevistar o Prof. Claudino seja rápido e sucinto, pois é bem provável que o mesmo não goste de entrevistas longas e cansativas.
ü  Entrevistar pessoas que votaram em Marina Silva. Localizar essas pessoas em ambientes como Calçadão , Beira Rio, Mercadinho. Focar em pessoas de diversos segmentos sociais, possibilitando a diversidade de opiniões e motivos por parte desse eleitorado.

Imagens
ü  Inserir imagem da candidata Marina Silva. Uma foto que a candidata esteja sorrindo, e com braços erguidos, para que transpareça uma postura de vitória.

Possíveis perguntas * Perguntas destinadas ao repórter
ü  Quais foram os reais motivos que levaram Marina Silva a um desempenho melhor que o esperado?
ü  Como a internet colaborou para a popularização do nome da candidata em diversos segmentos sociais?
ü  Questões como aborto, legalização da maconha e casamento homossexual circundaram a campanha da candidata Marina Silva. Se não houvesse polêmica em torno destes aspectos ético-morais, a candidata realmente obteria um percentual de cerca de 20% dos votos válidos?
ü  Marina Silva representou alguma mudança para o destino da política brasileira ao unir em um mesmo eleitorado: universitários, intelectuais e religiosos de classe média baixa?

Sugestões de perguntas para o Cientista Político:
ü  O nome da candidata Marina Silva nas Eleições 2010, sobretudo o percentual obtido por ela, representa alguma mudança no cenário da política brasileira?
ü  Quais seriam os fatores que levaram a candidata a obter um desempenho melhor que o esperado pelas pesquisas de opinião?
ü  Como o Sr. avalia o eleitorado formado durante a campanha de Marina Silva ?
ü  A partir da candidatura de Marina Silva, questões como a sustentabilidade, entraram de vez para o rol dos assuntos constantemente debatidos na política brasileira?
ü  Como Sr. analisa o vulto criado em torno de temas polêmicos, como o aborto, casamento homossexual e legalização de drogas?

Sugestões de perguntas para as pessoas que votaram em Marina Silva:
ü  Antes da candidatura de Marina Silva, você já conhecia, ou tinha ouvido falar da candidata?
ü  Quais foram os motivos que te levaram a votar em Marina Silva?
ü  Você participou de algum movimento pela internet em que o nome da candidata estava vinculado?
ü  Você considera o percentual obtido por Marina Silva nas Eleições 2010 (cerca de 20%), um indicativo de mudança na política brasileira?

Observações
ü  Comparar pesquisas anteriores com o resultado obtido pela candidata.
ü  Verificar em quais segmentos Marina Silva impetrou maior adesão.
ü  Escrever uma matéria de no máximo 1 lauda.